Guamaré: Protagonismo do TEAncorando por Renata Ferraz se destaca em Audiência Pública

  • 04/11/2025
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Guamaré: Protagonismo do TEAncorando por Renata Ferraz se destaca em Audiência Pública

Nesta sexta-feira (30), a Câmara Municipal de Guamaré foi palco de um debates sobre o atendimento à crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), e a voz de Renata Ferraz, terapeuta de neurodesenvolvimento e diretora do TEAncorando, projeto desenvolvido pelo Prefeitura de Guamaré, ecoou com paixão e autoridade. Em uma intervenção marcante, Renata não apenas compartilhou sua vasta experiência profissional e pessoal, mas também lançou um desafio contundente à sociedade e aos formuladores de políticas públicas.

“Terapia Mal Feita Não É Terapia": Um Grito de Alerta para a Qualidade

Um dos pontos centrais da intervenção de Renata foi a afirmação categórica: "Terapia mal feita não é terapia." Essa frase, que ela "bate muito" com as mães atípicas, ressoa como um alerta para a necessidade premente de profissionais qualificados. Renata contextualizou a escassez de profissionais preparados como um problema global, não restrito a Guamaré ou ao Brasil, e sinalizou que, no contexto do TEA, uma intervenção inadequada pode agravar comportamentos e piorar a situação do indivíduo.

A crítica estendeu-se à base da formação acadêmica: "Nenhuma graduação da área de Educação e Saúde tem em sua grade urbana disciplinas específicas para ensinados graduandos a lidarem... com o transtorno do espectro autista." Segundo Renata, os profissionais saem das universidades despreparados, o que leva a um "despreparo geral" tanto nas redes pública quanto privada. Sua solução é um apelo à união para uma mudança curricular "de cima para baixo" nas universidades, garantindo que os futuros terapeutas e educadores já possuam a capacitação mínima ao iniciar suas carreiras.

Um Futuro Neurodiverso e a Missão Coletiva

Ainda na audiência pública proposta pelo vereador Edinor Albuquerque, Renata Ferraz trouxe à tona dados alarmantes sobre a crescente prevalência do autismo. Ao comparar a taxa de 1 para 10.000 em 1980 com a atual de 1 para 31, ela projetou um futuro próximo onde a sociedade terá "muito mais pessoas neuroatípicas do que típicas". Diante dessa realidade, a responsabilidade de preparar essas crianças para serem "produtivas socialmente, a estudarem, terem suas profissões, a serem funcionais e independentes." recai sobre todos.

“Não é um problema só dela que é mãe, dela, meu, é de todo mundo", enfatizou Renata no uso da palavra, alertando que, sem ação, faltarão profissionais em todas as áreas no futuro.

A terapeuta convocou a todos a "esquecer desavenças, esquecer partidos e pensar no futuro da sociedade", unindo-se por uma "causa, uma missão que se chama transtorno do espectro autista". A proposta é clara: lutar por mudanças curriculares, fomentar cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado na área (mencionando sua própria experiência de ter que buscar mestrado fora do país pela escassez local), e fortalecer o treinamento parental, que ela classifica como "a base do desenvolvimento de uma criança autista."

TEAncorando: Um Exemplo de Excelência e um Alerta Contra o Capacitismo

A fala de Renata também foi uma defesa apaixonada do trabalho realizado pelo TEAncorando, instituição que dirige. Ela abriu as portas da instituição para todos que desejassem acompanhar o dia a dia e o processo de avaliação, destacando os avanços espetaculares de muitas crianças e o acolhimento das famílias. Contudo, a diretora não negou a existência de problemas e necessidades, mas fez uma ressalva enfática: "Aqui a grande questão que eu peço atenção é negar o que já temos, negar o que já estamos fazendo."

A intervenção tomou um tom mais severo ao abordar um desrespeito que, segundo ela, vem ocorrendo: a distorção do nome TEAncorando para "TEEnganando". Renata classificou tal atitude como um "crime de capacitismo", argumentando que ridicularizar a sigla TEA (Transtorno do Espectro Autista) é zombar da condição e desrespeitar não só a instituição e seus profissionais, mas as crianças, as famílias e toda a comunidade atípica. "Ninguém gosta de apelido, ninguém gosta de sofrer bullying, porque bullying, nossas crianças já sofrem, nossas famílias atípicas já sofrem, e isso não deve vir de um representante do povo", declarou, lembrando a existência de leis contra o capacitismo.

Finalizando sua participação, Renata Ferraz reiterou a excelência do serviço prestado pelo TEAncorando e a busca incessante por melhorias. Seu apelo derradeiro foi por respeito mútuo e colaboração: "Se todo mundo der as mãos e se respeitar, e, viver sem piadinha, conseguiremos tudo que queremos e precisamos."

A fala de Renata Ferraz na Câmara de Guamaré foi um testemunho poderoso de compromisso, conhecimento e coragem, deixando claro que a luta pelo atendimento digno e qualificado ao autismo exige união, respeito e ação efetiva em todas as esferas da sociedade. O Secretário Municipal de Educação e Cultura, Renato Dantas também participou do evento, que reuniu mães atípicas e representantes de entidades locais. 


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