Alunos do Liceu Camões fecham escola a cadeado pelo fim dos fósseis
- 18/11/2025
A escola deveria ter aberto as portas às 8h00, mas os alunos trancaram as entradas com cadeados em protesto contra um Governo que dizem nada fazer para proteger o seu futuro.
Até à hora de almoço "não houve aulas", contou à agência Lusa José Borges, estudante do Liceu Camões, explicando que a manhã foi passada do lado de fora dos portões do Liceu a gritar palavras de ordem, a entoar canções e a tocar.
Por volta das 12:00, os alunos começaram a levantar o bloqueio e reuniram-se em assembleia para decidir as próximas formas de luta que levem "o Governo a tomar medidas que garantam um futuro sustentável", acrescentou o porta-voz do Liceu Camões.
Esta é uma das escolas envolvidas no protesto que começou na segunda-feira com o encerramento da Escola Artística António Arroio (Lisboa) e vai continuar ao longo da semana com a promessa de paralisar outras escolas.
A iniciativa partiu do movimento pelo Fim ao Fóssil, do qual faz parte Matilde Ventura que hoje recordou que há cerca de um ano o Governo recebeu uma carta, assinada por milhares de alunos, alertando para novos protestos caso a reivindicação pelo fim do uso de combustíveis fósseis não fosse assumida.
"A resposta que tivemos do Governo foi: "'Bem podem esperar sentados', mas já passou o tempo em que podíamos esperar sentados. Porque sabemos que estamos à beira do colapso e que o que está em jogo é a nossa vida", afirmou José Borges, acrescentando que "para ter um futuro não basta ir às aulas todos os dias".
"Sem o fim ao fóssil 2030 não vamos ter um futuro. Isto não é uma opinião, não é negociável, é ciência", acrescentou José Borges.
Os estudantes prometem continuar com os protestos e com outras ações de sensibilização. Hoje haverá uma mesa redonda com professores e estudantes da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa sobre o estado atual da crise climática, e uma conversa na Nova Medical School sobre Saúde Mental em Tempos de Crise Climática, com três das médicas que lançaram a carta dos profissionais de saúde pelo Fim ao Fóssil 2030.
No sábado, os estudantes vão realizar uma marcha pelas ruas de Lisboa, que terminará em frente à Assembleia da República, para chamar a atenção para a crise climática.
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