MP pede estudo mais detalhado para poda do maior cajueiro do mundo

  • 11/07/2025
(Foto: Reprodução)
Segundo órgão, sentença que determina corte do Cajueiro de Pirangi, na Grande Natal, foi omissa ao não especificar o que deve constar no estudo prévio para a poda. Veja imagens aéreas do maior cajueiro do mundo O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) entrou com um recurso nesta sexta-feira (11) pedindo à Justiça que a sentença que determina a poda do maior cajueiro do mundo, que fica em Parnamirim, na Grande Natal, seja complementada com um estudo técnico mais detalhado antes de qualquer intervenção na árvore. A poda prevista para o maior cajueiro do mundo ganhou repercussão nesta semana após o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), órgão estadual responsável pela administração do cajueiro, cumprir etapas do processo, como audiências públicas na Câmara Municipal de Parnamirim. FOTOS E VÍDEOS: Veja imagens aéreas do maior cajueiro do mundo SOB AMEAÇA? Poda no maior cajueiro do mundo divide opiniões no RN ENTENDA: Cajueiro no RN vai perder o posto de maior do mundo com poda 📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp ➡️ O possível corte da árvore centenária gerou debates entre autoridades, ambientalistas, moradores e comerciantes: há os que defendem o corte como medida preventiva, e aqueles que são contra pelo risco de afetar a saúde e longevidade da árvore, um dos pontos turísticos do litoral potiguar (veja detalhes mais abaixo). O embargo do MP citou que houve omissão nos termos da sentença e também que o MP não foi intimado da decisão proferida. O MP se ateve ao trecho da decisão que cita que o Idema deve realizar em até 120 dias "um estudo prévio que viabilize a regular poda ou intervenções similares no Cajueiro de Pirangi que possibilite o bom desenvolvimento da formação, bem como compatibilizar o livre trânsito de automóveis, transeuntes e residentes nas proximidades da referida árvore sem pôr em risco a própria saúde do vegetal e dos particulares". Para o MP, a expressão "estudo prévio” se mostrou "excessivamente aberta e imprecisa". "A ausência de detalhamento sobre o conteúdo mínimo de tal estudo cria uma lacuna que pode levar à apresentação de um documento tecnicamente insuficiente, que não atenda à complexidade e à relevância ambiental do Cajueiro de Pirangi, reconhecido como Patrimônio Natural de Parnamirim", citou o embargo. Segundo o MP, a decisão foi "omissa e insuficiente ao não especificar os elementos mínimos que devem constar no estudo prévio". Para o MP, a omissão está na falta de especificação dos critérios técnicos indispensáveis que o referido estudo deve conter para garantir que a poda seja realizada com a máxima segurança para a integridade da árvore, "conciliando a proteção ambiental com a segurança de pessoas e bens no entorno". "Sem tais parâmetros, a execução da sentença torna-se incerta e a fiscalização de seu cumprimento, por parte deste Órgão Ministerial e dos demais órgãos competentes, fica sobremaneira prejudicada", citou o documento. Maior cajueiro do mundo fica em Parnamirim, na Grande Natal José Farias/Drone do Sol Elementos para o estudo Para que o estudo sirva como um instrumento técnico robusto, o Ministério Público entende que ele deve ter alguns elementos, como: Equipe Técnica Multidisciplinar O estudo ser elaborado por equipe técnica composta, no mínimo, por engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal e biólogo, com comprovada experiência em fitossanidade, manejo e arborização de grande porte. Diagnóstico Fitossanitário Completo Análise detalhada do estado de saúde geral do cajueiro, com exames, incluindo identificação de eventuais pragas, doenças, fungos ou outros patógenos; Avaliação da vitalidade da árvore, considerando aspectos como folhagem, floração, frutificação e crescimento vegetativo; Identificação de galhos secos, mortos ou que apresentem risco iminente de queda. Análise Estrutural e Biomecânica Avaliação da estabilidade estrutural da árvore, com especial atenção aos pontos de bifurcação dos galhos e à integridade dos troncos principais e secundários; Mapeamento dos galhos que se projetam sobre as vias públicas e sobre as propriedades vizinhas, com medição de sua altura em relação ao solo e da distância de projeção; Análise dos pontos de atrito ou potencial colisão dos galhos com veículos e edificações. Plano de Manejo e Poda Detalhado Indicação precisa dos galhos a serem podados, com justificativa técnica individualizada para cada intervenção (seja por risco à segurança, por questões fitossanitárias ou para garantir o livre trânsito); Definição da técnica de poda a ser utilizada (poda de limpeza, de levantamento de copa, de redução, etc.), especificando o tipo de corte e as ferramentas adequadas para minimizar os danos à planta; Estabelecimento do período sazonal mais adequado para a realização da poda, evitando os períodos de floração e frutificação intensa, de modo a reduzir o estresse fisiológico da árvore; Definição dos procedimentos de tratamento dos cortes (assepsia e aplicação de pastas cicatrizantes, se tecnicamente recomendado para a espécie); Definição do profissional técnico habilitado para executar e/ou fiscalizar a execução poda, devendo haver equipe composta, no mínimo, por engenheiro agrônomo ou engenheiro florestal e biólogo, com comprovada experiência em fitossanidade, manejo e arborização de grande porte; Definição da frequência da poda nos próximos anos. Plano de Gerenciamento de Resíduos Vegetais Indicação da correta destinação a ser dada aos galhos e folhas resultantes da poda, em conformidade com a legislação ambiental. Plano de Monitoramento Pós-Poda Estabelecimento de um cronograma de vistorias técnicas periódicas após a intervenção, por um período mínimo de 12 meses, para acompanhar a resposta da árvore à poda, a cicatrização dos cortes e a evolução de seu estado fitossanitário. Audiência pública discute necessidade de poda no Cajueiro de Pirangi Poda do cajueiro gera debate A possível poda do maior cajueiro do mundo dividiu opiniões nesta semana. A se foi movida há mais de uma década por alguns moradores e comerciantes da região, após a árvore avançar para fora do terreno. A alegação dos moradores é de que a árvore invadiu as ruas e dificultou o trânsito em alguns trechos, além de ameaçar as propriedades privadas do entorno. Em maio do ano passado, a Justiça determinou a poda. Atualmente, é estimado que cerca de 1,2 mil metros da planta ultrapassam a área cercada. Em uma das avenidas que cercam o cajueiro, os galhos tomam metade da via. Em outra, uma plataforma foi construída anos atrás para suspender os galhos sobre a pista. O Idema prevê um investimento de R$ 200 mil no processo de poda, que pode levar até seis meses. Na decisão judicial, o juiz Airton Pinheiro julgou procedente a ação "para fins de garantir o livre trânsito de automóveis, transeuntes e residentes nas proximidades do Cajueiro de Pirangi". 🔎 O Cajueiro de Pirangi - que tem esse nome por estar na praia de Pirangi do Norte - é reconhecido desde 1994 pelo Livro dos Recordes, o Guiness Book, como o maior do mundo, tendo aproximadamente 10 mil metros quadrados de extensão. 🔎 O local é um ponto turístico tradicional no litoral do Rio Grande do Norte. Segundo o Idema, em 2024, mais de 350 mil turistas visitaram o cajueiro. Cajueiro de Pirangi, no RN Foto: Pedro Trindade/Inter TV Cabugi Poda é necessária, defende Idema O diretor técnico do Idema, Thales Dantas, explicou que esse tipo de poda é inédita na árvore centenária. Para ele, essa é uma medida para cuidar da planta. "Sempre que foi feito um manejo higiênico sanitário, ou seja, cortar onde estava o cupim, a broca, mas nunca tinha tido uma poda realmente", disse. "O mais importante que a gente quer deixar para a população é que esse manejo fitossanitário é importante para cuidar da planta. São 137 anos e ela nunca passou por um processo realmente de poda fitossanitária". Ele reforçou que a poda faz parte do cumprimento da sentença. "O governo não está matando o cajueiro, muito pelo contrário. Essa poda realmente é necessária para a gente estar cuidando, inclusive para preservar, porque hoje, sem esse cuidado, pode acabar batendo um carro, causar problemas nos galhos", completou o diretor técnico do Idema. O Idema apontou ainda que não há risco do cajueiro perder o posto de maior do mundo em função da poda. "O Cajueiro de Pirangi vai continuar sendo maior do mundo independentemente da poda e do manejo de fitossanitário que nós vamos realizar", disse o diretor técnico Thales Dantas. Poda do maior cajueiro do mundo, no RN, gera polêmica O que diz quem é contrário à poda? A bióloga Mica Carboni, que trabalhou no cajueiro, considera que a poda poderia representar uma "catástrofe" para a planta. De acordo com ela, o cajueiro se expandiu porque muitos de seus galhos tocaram o chão e também criaram raízes. Além de aumentar a árvore em tamanho, esse processo causa o rejuvenescimento da planta. "A poda de contenção pode gerar uma catástrofe para esse cajueiro. Porque seria podar indiscriminadamente galhos no entorno só para botar ele de novo dentro do tamanho que as pessoas acham que ele deve ter. Essa poda pode limitar o crescimento, pode atrofiar ele, pode gerar o envelhecimento acelerado dele, que rejuvenesce enquanto os seus galhos periféricos enraízam novamente", afirmou a bióloga. De acordo com Mica, o enraizamento dos galhos gera na planta os "hormônios da muda", que são devolvidos para toda planta mãe. A bióloga afirmou que artigos científicos explicam esse processo metabólico que geraria o rejuvenescimento da árvore. "Só assim esse cajueiro consegue frutificar com mais de 140 anos de idade. Um cajueiro normal frutifica até uns 40, 50 anos no máximo. E ele continua, continua vigoroso, justamente pelos seus enraizamentos, justamente por isso ele é o maior cajueiro do mundo", disse. "É muito contraditório querer limitar ele. Uma rua, casas, pode se construir em qualquer lugar. O maior cajueiro do mundo, só existe ele", defendeu. Cajueiro de Pirangi, maior cajueiro do mundo Pedro Trindade/Inter TV Cabugi O que dizem moradores, comerciantes e visitantes Morador da região onde o cajueiro fica localizado, o corretor de imóveis Francisco Cardoso também se posicionou contrário à poda e acredita que o procedimento pode causar riscos para a planta. "A partir do momento que a poda tirar quase 1000 metros do maior cajueiro do mundo, vai dar um impacto muito grande na árvore. É uma grande quantidade de massa e a partir do momento que acontecer isso, ele vai estar propício para entrada de brocas, fungos, bactérias e infecções, trazendo até atrofiamento de galhos. Se não tiver muito cuidado, leva a morte do cajueiro", defendeu. O turtista Francivaldo Macedo, que visitava o cajueiro nesta terça (8), disse que acha "uma pena eles quererem podar, porque é importante para a cidade, para o turismo da cidade". A comerciante Íris Lopes também disse ser contra a poda pelo receio disso afetar o número de turistas na região. "A gente acha que essa poda vai interferir nas nossas vendas, a gente que vive do turismo e precisa que o turista venha e conheça aqui. A gente acha que devido a essa poda não vai ser mais tão atrativo", disse. Vídeos mais assistidos do g1 RN

FONTE: https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2025/07/11/mp-recurso-estudo-poda-maior-cajueiro-do-mundo.ghtml


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